segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sobre os meu pais

Eles vieram da Europa cheios de malas, presentes e histórias.

Aqui vai uma delas:

Eu tava com o papai em Nice e decidimos tomar um solzinho na praia.
Lá a areia é pedra, meio desajeitada, mas bonita. A praia é bem bonita.
A gente tava bem quietinho. Estávamos sentados na canga mexendo nas pedrinhas.
Ficamos uns 5 min sem falar nada. Ai o papai olhou para mim e disse:
- Pode levar, Pá. Eu sei que você quer. Eu também tava pensando em pegar algumas.

- ...mas e.. vamos.. E vamos colocar aonde? Não é...? Levamos na mala?
- É. Não tem problema. Pode pegar.
Até parecíamos duas crianças.
Ele adivinhou.


E assim eles vieram cheios de malas, presentes, histórias e 5 pedrinhas francesas.

Vieram com pedrinhas cinzas, lisas, carregadas de amor.

A sintonia desses dois não existe. É de encher os olhos e o coração.

Eu só quero ser igual.



"-Pai, amar é o que?

-É algo bom de sentir.

-E como a gente sabe que é?

-Quando o trivial fica bonito de novo." Filipe Garcia



Meu primeiro e único amor

- Sobre os últimos posts: A família tira a dor do coração da gente.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pra contar

A minha mãe é engraçada.

Chegou em São Paulo aos berros.

- Este seu quarto vive uma zona. Pelo amor de Deus. Que maloca tá isso aqui.
(Ela sempre fala isso jogando minhas roupas pra cima. Parece até aqueles sorteios que passavam de domingo no Gugu.)

Eu só concordo e não tiro um alfinete da minha bagunça. Ela fica gritando, resmungando sozinha.

Apesar do berreiro, tem dia que a bronca é bonita. Sábado foi assim.

Ela reclamou, reclamou, reclamou, cansou e sem me notar no quarto, baixinho, desabafou:


- O pior é que eu te amo mesmo assim.


É. Mãe ama tudo na gente.


(terça-feira, 11 de maio)


"Minha vida depende só do teu encanto." Maria G.

- Presente da queridíssima Lá:

Sobre uma hipótese

Talvez de alguma tristeza precise este blogue.