sábado, 28 de maio de 2011

Lembro

dessa burrice bonita de que era feita a última esperança.


Cris Guerra

terça-feira, 17 de maio de 2011

Planos

Eu decidi escrever sobre você e sobre os nossos planos.

Os nossos planos são tão cheios de amor. São tão cheios de vida e de cor e de cheiro e de som.
Sim, som!
Os meus nossos planos têm trilha sonora, acredita? São regados a boa música e a um bom vinho (porque agora eu gosto também).

E eu imagino um apartamento bem aconchegante com a nossa cara. Uma parede preta, outra verde e outra roxa, fotografrias, ladrilhos coloridos na cozinha, um chão fácil de limpar que eu possa andar descalça, um espaço para pintura (sim, eu penso em pintar coisas quando for adulta), um quartinho de revelação, uma tv não tão grande e um toca discos bem conservado que nos faça acordar num domingo ensolarado.
Eu tenho planos de te ensinar a dançar para bailarmos na nossa sala até o sono vir nos fazer uma visita. E tenho planos também de te esperar dormir e em seguida ir arrumar a bagunça do jantar. E depois de tudo nos conformes, te acompanhar numa noite bem dormida.

Se os filhos vierem (e eles hão de vir), quero que sejam muito bem educados. Que gostem de coisa boa e não comam tanta besteira. Que gostem de chocolate, mas mais de suco de laranja. Eu quero que eles tenham ouvidos bem atentos para músicas antigas. Quero que eles gostem de Vinicius de Moraes e saibam ler coisas bonitas.
Eu quero também que a geração deles seja mais inteligente que a nossa, amor. Porque ninguém mais lê o quanto deveria, nem sabe escrever uma carta a um amigo. Nos meus planos, eles saberão escrever direito e serão felizes.
Eu espero que eles saibam amar desse jeito que eu te amo. Eu espero que eles sejam capazes de sentir isso por alguém.

Os nossos planos com certeza andam bem juntos.

Eu penso também em estar rodeada de bons amigos e da nossa família. Eles sempre foram ótimos e serão no futuro.

Sobre o nosso casamento, tenho planos até demais. Todos meio ligados e meio desligados. Eu imagino uma cerimônia simples e um vestido também. Uma grama bem verde para colorir bastante as nossas fotos. Quero casar à tarde, amor, e quero no fim dela para ninguém passar calor. Quero poucos convidados para cerimônia e muitos para a festa. E a lua de mel eu não pensei ainda.

Planos, planos. Casamento, casa e filhos. Que mais planejo com você?


"Amor, eu vivo tão sozinho de saudade" Camelo

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Vi e o seu casamento

A Victoria sempre foi uma amiga muito especial. Ela é uma das pessoas mais verdadeiras que eu conheço e é uma honra muito grande te-la como tal.
Começando que ela é linda. Tem uma voz grossa e fala (ou falava) igual um dos meus vizinhos.
A nossa amizade veio de criança, mas foi dar certo mesmo só no segundo ano do colegial (quando voltamos juntas para um Emilie completamente modificado). Foi a época que riamos e chorávamos das mesmas coisas e só tínhamos a nossa própria companhia para isso. Porque o colégio, sabe lá Deus por que, não nos queria por perto. Preocupadas, tomávamos lanche de bunda pro ar, no sol, na chuva, saíamos muito, faltávamos na aula à tarde de Ed. Física, dormíamos na de história e fazíamos muitos trabalhos em dupla. Ela reclamava de nota, eu também e a vida seguia assim.
Eu mudei para Goiânia no meio do ano e isso foi para nós a primeira despedida. E foi na aula de literatura da Patrizia que eu contei para ela. Doeu muito na gente. Debulhamos juntas no banheiro, a professora até foi ver o que estava acontecendo, muito da compreensiva, nos deixou lá durante toda a aula. Ela deixou a gente sentir toda aquela dorzinha de uma vez para depois tudo ficar como ficou: tranqüilo para nós duas.
Goiânia foi fácil de levar e o segundo colegial dela também. Depois ela mudou de escola e não sei muito bem como nem quando, entrou na faculdade de jornalismo. Eu voltei para São Paulo e seguimos caminhos não diferentes, mas um pouco afastados que se cruzavam em datas comemorativas ou em churrascos na VM.
Ela decidiu o intercâmbio. Me falou e quando eu vi, o tempo, sem me perguntar, tinha passado e ela já estava de partida. Essa foi nossa segunda despedida. E eu vi naquela entrada do embarque o oposto da Victoria. Vi uma menina que ama muito a família que tem e os amigos também. Vi uma menina sentindo saudades sem nem ter ido. E lamentando o fato sem nem ter chegado. Ela entrou e até agora não nos vimos.
Estou em Londres e ela lá. Ela está lá casada.
Quando ela me ligou para contar do noivado, passamos alguns bons minutos rindo e contando sobre nossas experiências de intercambista. Tantas coisas tínhamos para falar. Falamos. E foi uma delícia.
E da notícia do noivado pulamos para o casório, que demoraria um pouco mais, mas quando fui ver, um álbum caprichado e de muito bom gosto coloria o facebook dela com as cores mais doces que o amor pode mostrar. Uma praia linda de fundo, um vestido que não poderia ser mais parecido com ela. Uma cerimônia simples, mas que foi por fotos, a mais bonita que eu já vi.
É ela lá, a minha amiga, a minha amiga de conselhos sensatos e duros, sem pápas na língua. Ela, que pareceu sempre tão fria com seus homens. É ela lá, toda cheia de açúcar, transbordando felicidade e vida.
A Vi se apaixonou e isso é de uma delicadeza sem tamanho.
Eu desejo a paz do mundo para eles. A sorte, saúde e tudo de bom que tiver que vir. E virá.
Eu amo essa, menina.
E ela sabe o quanto.




"Sim, sinceramente, amor
Eu não sei o que se passa em mim
É assim como uma dor
Mas que dói sem ser ruim
Sim, é ter no coração
Sempre uma canção
É tão embriagador
Deve ser, sim
Deve ser amor" Vinicius

domingo, 8 de maio de 2011

sobre verdades

porque tem quatro coisas na vida que você tem que fazer antes de morrer:
1. escrever um livro
2. plantar uma árvore
3. ter um filho
4. ir ao show do "the swell season"

ufa, só faltam três!






"Às vezes tenho impressão que não vou poder mais agüentar nem mais 5 minutos sem te ver. E ainda faltam tantos 5 minutos, meu bem." Vinicius


- Nota de rodapé: e se na vida sobrar tempo, não deixar de assistir o "Once".